nicotina

o fumo das coisas

sexta-feira, maio 26, 2006

SimSimSimSIm

Deixa essas lágrimas, és demasiado grande para chorares. Não são lágrimas? Tu nao me enganas. És demasiado braço-direito para seres um palhaço. Quem perde são aqueles que não aproveitam a tua essencia barata de manteiga derretida ao sol em dia de verão com chuva neve e granizo.

Ela usa saias às riscas e tem o cabelo comprido como a noite?

Ela sabe te dizer o que realmente importa?

Ela sabe estar em silêncio, em profunda comunhão de energias?

Ela sabe que tu sabes que ela...


Porventura, queres fazer sentido? Rende-te ao prazer.

sexta-feira, maio 19, 2006

Pop Eternity

Uma vida ao contrário?

-

She is complexion,
born under the sign of love.
Eats the stars
bleached in cold water tones.

Edible, late.

Shares the same passion for blood
as our wrists, floating
from vain existence
to exhausting lovemaking.
Destroyed by the self-inflicted sucicide,
born under camera lenses.
Edible,
killing the possibilities
with an uncanny taste for style.

Groin blows from rise to fall
it hurts - a lonely hurt.
Meat relationships turned out impossible.

It sucks when
heaven is late.
Postcards from your movies.
Sleeping pills turned out lingerie.

This rooms smells of eternity.
Of all the body scents,
you TV popsicle,
it had to be yours.

quinta-feira, maio 04, 2006

Romance?

Consegues-me tirar este pensamento da cabeça? Só fazes sentido quando aqui estás, quentinha, encostada a mim num único fluxo. Só fazes sentido ao pé de mim, quase a cair do banco porque eu me empurro para ti com uma força demolidora - sei que sentes, sabes que vais a cair mas não te aproximas, não me agarras com esses olhos. Estás à defesa como um animal selvagem - és isso mesmo - e eu não consigo deixar de sentir.

O sol abrasador nas minhas costas, a tua distância fatídica a encolher-me os ossos, as tuas palavras que desmotivam a minha essência e o meu gesto.

Se te espelho em todos os meus gestos, se quero ardentemente possuir-te, agarrar-te e entrar dentro do teu coração com a força de uma bala, ficar lá alojado e fazer-te sentir toda a felicidade que nasce em mim, se quero fazer-te rainha dos meus sonhos e amar-te profundamente como quem faz um filho, se quero e a lua diz que não...

A vontade não é sinonimo de poder, é unilateral, como um papel amachucado que fica sozinho até ir para o infinito, quando nos desligamos e até amanhã parece tudo tão vazio...sentes ou preciso de to dizer?

As gaivotas vôam num suspiro eterno de satisfação musical, quando tocas aquela música que te toca e nos toca a nós porque somos feitos do mesmo material.

Não é estar sozinho, é estarmos.



todos os textos e todas as fotos (c) joão amorim 2005