nicotina

o fumo das coisas

segunda-feira, março 10, 2008

fugu,

tua tosse
(ao longe)
nos lençois te estendes
sonhando os teus
porquês.

meu corpo inquieto
no fumo se acode
e em sonhos acorda
sonha sempre
com os olhos de fora.

o contar do tempo
e as respostas que tardam,
o cair da noite
e a insónia de perto,
a vontade de um corpo
formado cá dentro
suspiro de sede
fome de calor.

garrafa de vinho
sem pinga que reste
este corpo
enlouquece
sem nada que venda
é martir embrutecido
esperando redenção.

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