nicotina

o fumo das coisas

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Assim, vais longe

A minha escrita é demasiado valiosa para se perder assim, tal como está. Não é à força de as pessoas lerem, é a força com que lêem indiferentemente.

Está frio e dizem que neva mas isso importa tanto como o jogo de ontem. Pequenas coisas que ajudam a passar o vosso tempo rotineiro. Cerveja e bilhar, bilhetes para a Teresa Guilherme e frango de churrasco.

Todos os dias.

Eu tenho mais que fazer. E escrever. Não vou perder tempo.

domingo, janeiro 22, 2006

Romance?

Diz-me tu. É inveja aquilo que te atrio à cara? Porque se for eu saio já, estou farto desta estúpida relação apenas baseada nas memórias e no que vês lá em baixo no Bairro Alto, à noite.

São centenas de caras que me passam todos os dias pelo externo e nenhuma delas com a beleza singela para me conquistar. E mesmo assim dizes que não.

Pois é, tu não és feita de pecados, és uma virtude humana com 560 cavalos de potencia para amar. Sim, és perfeita, tens todos os homens que queres, fartas-te deles e depois procuras as mulheres porque são mais pessoais.

Já reparaste que não tenho nada disso e sou feliz? Mais feliz que alguma vez tu possas ser?

Tu não, tu acordas e tens alguém ao lado, um desconhecido sem nome só para passar a tormenta noturna. Exibes o teu corpo como se fosse Nestum e gostas que eles saibam disso. A tua importância é relativa. Um dia, rendeste-te a uma só pessoa, a uma só relação, e vieste a correr dizer-me que finalmente tinhas achado a saida, a felicidade.

Enganas-te em todos os desenganos que cometes. O teu amar é um amar de preciso de ti, é um amar de desconfiança medrosa, é um amar com corpo e púbis ameçada.

Para ti todas as cançoes de solidão se erguem como hinos à liberdade dos teus seios. Para ti nada mais, apenas o teu destino.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Começas com T

Querida Telma:

Recrio-me na ignorância da memória. Que prato fraco, recolher os restos das aventuras passadas e publicá-las em revista para maiores de oitenta negações do amor. É incrivel como todos esses corpos ainda me são alguma coisa, e como o tempo os moldou ao meu sabor, passada a adolescência frenética do experimentar.

Contudo, essa imensidão de almas corpos e suor não é nada, comparada com o que se sente no momento. É saboreares sem dares conta que és a pessoa mais feliz do mundo? Cozinhares o teu amante vegetariano num prato de carne e obrigares-te a seres maior que os Homens?

E esses Homens...esses homens são fracos! Basta um piscar de olhos, eles vão ficar loucos! Basta dizeres que passaste metade da tua vida a perguntares-te "Porquê" que eles vão perceber.

Sim, sim! Os Homens! Ou já não te lembras deles? Já os deves considerar supérfulos. A avaliar pelos teus requintes de criança que quer continuar a desbravar o mundo com um olhar cinematográfico qb, já os deves ter todos na algibeira.

Quantos anos? Uns seis, sete? Ou muito mais? Sabes o que é a eternidade? A eternidade é o desejo para que as coisas acontecam. No teu caso foi-te consedida a liberdade do eterno.

Que inveja! Gostava de ser como tu, com essas asas e poderes, estar aqui sem estar, sofrer sem sofrer, ser mais linda que a Ana Isabel, ser mais linda que as coisas físicas alguma vez podem ser (sim, mas tu és de carne e osso, ou não?).

Sempre pensei em ti como um anjo pagão. Uma fada esvoaçante e agressiva que nos prende a consciência até ao estado de pura loucura.

Do meu mundo, as noticias são estas:

Percebes?



todos os textos e todas as fotos (c) joão amorim 2005