Boémia (33ccl de loucura)
Chateia-me, pronto. Estar com fome e nem sequer me lembrar de comer. A música demasiado alto nas colunas (os graves no máximo) e alguém me mandar calar. Atravessar numa passadeira suicida com um travo amargo a esta escuridão desgraçada.
Viver como quem não vive sequer, sobrevive-se num fio de linho atravessando uma lâmina afiada de juventude perdida em copos de vidro e camas desfeitas. Charros mortos nos cinzeiros, um cigarro perdido num maço de tabaco de valor acrescentado. É a tua casa e a tua desarrumação.
Bebes essa cerveja e compras o último CD da tua banda favorita com o mesmo à-vontade de quem quer regredir no tempo, ou melhor, estagnar completamente (ainda te faltam 40 anos).
E depois há quem viva das romantiquisses pegajosas, do amo-te amo-te amo-te às cinco e meia da tarde numa qualquer esquina do Chiado, bolos quentes e vidros embaciados, tenho lá paciência para todas as metáforas do mundo!
Toma lá o romantismo - não preciso dele. Invento mil e uma metáforas por minuto, quero lá saber.
Telma - onde estás? Já devias estar em casa. Tenho o comer a arrefecer e a tua lingerie está por experimentar. Devia ser esta a noite.
Tolero tudo menos essa música barroca. Chateia-me, pronto. Telma! Esse teu ar irrequieto é de um snobismo brutal. Quem é que te ensinou a ser ladra das coisas íntimas dos outros?
Vamos lá a ver se não há mais mortes hoje. Isto está tudo tão surreal que me sinto a desfalecer. O melhor é acender a televisão e ser um pouco normal, para variar.
- Vive-se no limiar, como pode observar, Sr. Assistente de Cargo Importante, batalhamos e o cinto aperta, já não há barrigas como antigamente (nem calças - note bem), é de sexo que precisamos, Sr. Assistente!, putedo iletrado imported do cú do mundo!, analfabetismo às massas e cerveja quente!, damos isso ao poveco e ele engole!, é como quem diz, povo estúpido só come morangos.
- Mas e o amanhã, quem é que nos faz a papinha? Isto tem que ser bem medido, toma lá dá cá. Caguei para esta conversa e vamos mas é encher a pança que já passa do meio-dia.
1,2,3 - é facil ser português!
Viver como quem não vive sequer, sobrevive-se num fio de linho atravessando uma lâmina afiada de juventude perdida em copos de vidro e camas desfeitas. Charros mortos nos cinzeiros, um cigarro perdido num maço de tabaco de valor acrescentado. É a tua casa e a tua desarrumação.
Bebes essa cerveja e compras o último CD da tua banda favorita com o mesmo à-vontade de quem quer regredir no tempo, ou melhor, estagnar completamente (ainda te faltam 40 anos).
E depois há quem viva das romantiquisses pegajosas, do amo-te amo-te amo-te às cinco e meia da tarde numa qualquer esquina do Chiado, bolos quentes e vidros embaciados, tenho lá paciência para todas as metáforas do mundo!
Toma lá o romantismo - não preciso dele. Invento mil e uma metáforas por minuto, quero lá saber.
Telma - onde estás? Já devias estar em casa. Tenho o comer a arrefecer e a tua lingerie está por experimentar. Devia ser esta a noite.
Tolero tudo menos essa música barroca. Chateia-me, pronto. Telma! Esse teu ar irrequieto é de um snobismo brutal. Quem é que te ensinou a ser ladra das coisas íntimas dos outros?
Vamos lá a ver se não há mais mortes hoje. Isto está tudo tão surreal que me sinto a desfalecer. O melhor é acender a televisão e ser um pouco normal, para variar.
- Vive-se no limiar, como pode observar, Sr. Assistente de Cargo Importante, batalhamos e o cinto aperta, já não há barrigas como antigamente (nem calças - note bem), é de sexo que precisamos, Sr. Assistente!, putedo iletrado imported do cú do mundo!, analfabetismo às massas e cerveja quente!, damos isso ao poveco e ele engole!, é como quem diz, povo estúpido só come morangos.
- Mas e o amanhã, quem é que nos faz a papinha? Isto tem que ser bem medido, toma lá dá cá. Caguei para esta conversa e vamos mas é encher a pança que já passa do meio-dia.
1,2,3 - é facil ser português!
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